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Trabalhos 2020-21

Mocho em 3D

Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (Setúbal)

Escalão: 1º escalão (jardins de infância e 1º ciclo)

Projeto do mocho:

Memória Descritiva:
O grupo de trabalho envolvido neste desafio Eco-Escolas faz parte de uma das turmas da Escola de Ensino Especial Centro Sócio-Educativo da APPACDM de Setúbal. São alunos portadores de deficiência (trissomia 21 e atraso global de desenvolvimento) que, em termos de escolaridade, se encontram ao nível do Ensino Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico (1º ano).
Metodologia:
A estratégia utilizada para a abordagem do tema foi a leitura de uma história, uma vez que é uma das estratégias que mais resulta, em termos de motivação dos alunos. Sendo o tema “O Mocho”, foi lida, em várias sessões, a história “O Mocho Sábio”, da autora Beatriz Lamas Oliveira. Os alunos tiveram oportunidade de conjugar o real, ao conhecerem, um pouco, as aves de rapina, com o imaginário, em que o Mocho Sábio, com a sua enorme sabedoria, consegue resolver o problema de Sancha e Raimundo.
Depois de concluída a narração da história e a exploração oral da mesma, entrou-se na fase do projeto. Foi pedido aos alunos que desenhassem o Mocho Sábio (com recurso às imagens do livro). A seguir, foi lançado o desafio de construir uma escultura, sem terem sido, ainda, definidos os materiais a utilizar. Foi solicitado aos alunos que desenhassem, separadamente, todas as partes que compõem o mocho: bico, patas, olhos, corpo, asas (esquema corporal). Foi também abordado o tipo de revestimento do corpo das aves.
Durante uma breve viagem pela internet, à procura da melhor ideia para a construção da escultura, eis que um dos alunos diz: O pai tem! Referia-se ao papel canelado, usado na construção do mocho que estávamos a ver na imagem. O pai tinha guardado um rolo do papel canelado, usado para revestir o chão, durante as pinturas da casa, e a aluna trouxe uma parte para a escola. Para concretizar este modelo de escultura, a técnica ideal para a construção dos olhos e do corpo seria enrolar o papel canelado, competência que os alunos treinam, com frequência, no âmbito da motricidade fina. Para isso, tiveram de desenhar, novamente, as partes do corpo do mocho, mas, em vez de círculos para os olhos e corpo, desenharam retângulos. Depois de desenhados os esboços, passou-se à fase da construção: desenhar, no papel canelado, 2 retângulos iguais e um maior. Recortar, enrolar e colar, formando assim as tês partes circulares do mocho (olhos e corpo). Seguiu-se o recorte das orelhas, bico e patas, a partir de folhas de revista e a colagem dos mesmos. Para o suporte da escultura, foram usados rolos de cartão da máquina registadora do supermercado e para os olhos, foram escolhidos dois botões, dos muitos que existem na sala, retirados, pelos alunos, de peças de roupa, convertidas em panos de pó. A juntar a todos os materiais já referidos, foram também usados os seguintes: lápis, borracha, régua, cola quente e cola líquida UHU e tesoura.
E assim se construiu o nosso Mocho, uma atividade muito abrangente, em termos de treino de competências. Mas o objetivo principal vai mais além: ajudar os alunos a compreender que, ao colocarem abrigos para as corujas, nas árvores da nossa quinta, estão a contribuir para a conservação das espécies, fator determinante no equilíbrio ambiental.

Fotos da escultura: