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Trabalhos 2016

Colégio Arte Mágica

Escalão:  1º escalão (jardins de infância e 1º ciclo)

Descrição do painel:
Em pleno concelho do Seixal encontra-se a baía com o mesmo nome, uma enseada do Tejo abrigada pela restinga arenosa do Alfeite, que na sua zona mais ocidental apresenta uma extensa mancha de sapal, com aproximadamente 143 hectares, denominada sapal de Corroios (Costa, 2010). É a zona húmida mais bem conservada de todo o estuário do Tejo, a sul de Alcochete, sendo considerada Domínio Público Hídrico e incluída na Reserva Ecológica Nacional (REN).
O sapal de Corroios é uma área sujeita à influência das marés com manchas de vegetação estuarina relativamente extensas (Costa, 2010). Aqui as plantas vivem numa situação de secura fisiológica, uma vez que a elevada concentração salina do meio lhes dificulta o acesso à água (embora esta seja abundante). Para sobreviverem, estes organismos desenvolveram várias adaptações morfológicas, tais como: a redução da área foliar e o aumento da suculência das folhas e caules, o aumento da densidade radicular, um denso revestimento de células secretoras de sal e a protecção dos órgãos aéreos por uma espessa cutícula. Por outro lado, embora os sais absorvidos possam, em parte, ser expelidos através das raízes, o excesso pode ser segregado por glândulas especiais existentes nas folhas; quando estas secam, as glândulas expulsam o sal, que fica a revestir a superfície das mesmas. Possuem ainda, um mecanismo fisiológico de ajustamento osmótico (osmoregulação) que evita a acumulação de sais nas células. As espécies halófitas mais representativas presentes no sapal de Corroios são a morraça (Spartina maritima), a gramata-branca (Halimione portulacoides), as gramatas (Sarcocornia fruticosa e Sarcocornia perennis) (Caçador et al., 2007).
A baía do Seixal, na qual se incluí o sapal de Corroios, é um verdadeiro oásis de vida selvagem numa zona intensamente urbanizada e transformada pelo homem. Nas vastas áreas de lodo que ficam a descoberto durante a maré vazia, é possível observar um grande número de aves limícolas a alimentarem-se. Na maré cheia, as manchas de vegetação que permanecem emersas proporcionam refú- gio a várias aves aquáticas. De facto, neste habitat estuarino ocorrem inúmeras espécies de aves aquáticas, incluindo o flamingo (Phoenicopterus ruber), a garça-real (Ardea cinerea), a garça -branca (Egretta garzetta), o corvo -marinho (Phalacrocorax carbo), o alfaiate (Recurvirostra avosetta), o perna-longa (Himantopus himantopus), o perna-vermelha-comum (Tringa totanus), o maçarico-debico-direito (Limosa limosa), os pilritos (Calidris sp.), as tarambolas (Pluvialis sp.), a rola-do-mar (Arenaria interpres), a galinha-de- água (Gallinula chloropus), o patoreal (Anas platyrhynchos), a gaivota-de-asa-escura (Larus fuscus), o guincho (Larus ridibundus) e os borrelhos (Charadrius sp.).
Esta região é particularmente importante para as aves migradoras, principalmente para as espécies invernantes. Durante os meses de inverno, procuram abrigo e alimento no sapal de Corroios largos milhares de aves, constituindo o mesmo, um verdadeiro santuário ornitológico. Embora em menor número também é possível encontrar várias espécies estivais. É também uma importante zona de nidificação para espécies como o pato-real, a galinha-de- água, e o perna-vermelha-comum.
A zona adjacente ao sapal, e o próprio sapal durante a maré alta, assumem bastante relevância enquanto área de alimentação e abrigo para várias espécies de peixes que utilizam o estuário com área de viveiro, como o sargo-do-Senegal (Diplodus bellottii), o sargo-safia (Diplodus vulgaris), o robalo-legítimo (Dicentrarchus labrax), e ainda espécies residentes como o xarroco (Halobatrachus didactylus) e o caboz-comum (Pomatoschistus microps). É também um local particularmente importante para espécies piscícolas detritívoras como as taínhas (família Mugillidae). Na baía ocorrem ainda várias espécies de invertebrados, que servem de alimento a aves e peixes, nomeadamente crustáceos, como o caranguejo-verde (Carcinus maenas) e o camarão-de-água-doce (Palaemon longirostris), gastrópodes (búzio, Hydrobia ulvae) e poliquetas (minhoca-da-pesca, Hediste diversicolor).

Memória descritiva:
Os alunos efetuaram pesquisas sobre o ecossistema sapal de corroios. Aprenderam o que é um sapal, a sua importância e a sua predominância no nosso país.
Utilizaram diversas fontes de pesquisa e identificaram a fauna e aflora do "nosso" sapal. Projetaram o painel photo wall e desenharam as espécies que aí predominam.
Construíram o photo wall representando o ecossistema.

Fotos do painel:

sapal
rota da biodiversidade
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photo wall3
photo wall2