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Trabalhos 2016

Jardim de Infância/Escola Básica nº1 de Arganil

Escalão:  1º escalão (jardins de infância e 1º ciclo)

Descrição do painel:
O trabalho apresentado foi realizado pelos alunos do 4º ano de escolaridade das turmas do 4ºA, 4ºB e 2ºB.
O ecossistema apresentado tem como referência a biodiversidade da Paisagem Protegida da Serra do Açor, nomeadamente da Mata da Margaraça.
Esta Mata corresponde, a uma das mais notáveis florestas caducifólias existentes em Portugal. Desenvolve-se numa encosta orientada a N-NO e em altitudes entre os 600 e os 850 metros.
A Mata da Margaraça está documentalmente referenciada desde a segunda metade do séc. XIII. Dela saiu madeira para o retábulo da Igreja da Sé Nova (Coimbra) e para a construção de uma antiga ponte sobre o Mondego, em Coimbra. No início do séc. XVIII também forneceu madeira para a construção do Convento de Santo António na AX Vila Cova do Alva. Atualmente é propriedade do ICNF.
A partir do reinado de D. Afonso III, esta mata, então Quinta de Margaraz, foi propriedade dos Bispos Condes de Coimbra, altura em que o então titular, D. Egas Fafe, a adquiriu. No séc. XIX, foi incluída na lista de "bens nacionais", após a derrota dos Miguelistas. Em finais do mesmo século foi adquirida por particulares, entrado na posse do Estado em 1985. Na quinta de Margaraça chegaram a trabalhar 16 famílias de rendeiros, o que indica a boa fertilidade do solo e a exploração intensiva a que foi sujeita. Dessa presença humana são testemunho vários edifícios, nomeadamente a Casa Grande, onde pernoitava o proprietário, a Casa da Eira, a Casa das Lamaceiras, a azenha, o forno de refugo e a Casa dos Caseiros.
Aqui, pode observar uma antiga represa de água, bem como uma área antiga de terrenos agrícolas, denominadas socalcos ou quelhadas que permitiam um melhor aproveitamento das terras evitando a erosão e a perda de solo.
Na Casa da Eira pode observar um pequeno núcleo museológico onde se pretende retratar o quotidiano das gentes e aldeias serranas. Nesta existem duas exposições permanentes dedicadas à etnografia serrana:
- mostra de artesanato - colheres de pau, gamelas e cestas;
- réplica de cozinha e quarto de dormir de uma casa de xisto da serra do Açor.
Pode observar, ainda, um forno de refugo, uma construção em xisto onde se preparava a madeira de castanho para a manufatura de cestas e um moinho de água.
Esta mata caracteriza-se pela presença de elementos de cariz mediterrânico, caso do medronheiro Arbutus unedo, do folhado Viburnum tinus e do loureiro Laurus nobilis. A sua flora é muito interessante, encontrando-se aqui o maior número de exemplares de azereiro Prunus lusitanica ssp. lusitanica de toda a sua área de distribuição, sendo a população da Mata da Margaraça a maior atualmente existente. Esta espécie é uma relíquia da floresta laurissilva subtropical do Terciário.
Destaque, ainda, para uma pequena população do raro endemismo ibérico, a Veronica micrantha. Entre as espécies herbáceas que passam o inverno na forma de bolbo há espécies interessantes da flora portuguesa, tais como o martagão Lilium martagon, o selo-de-salomão Polygonatum odoratum, um narciso Narcissus triandrus, uma espécie de cardo Eryngium duriaei e três espécies de orquídeas, Cephalanthera longifolia, Orchis mascula e Epipactis.
Da Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor são várias as espécies de animais que encontram aqui o seu habitat. De entre estas destaca-se o açor, ave de rapina que deu nome à Serra e é símbolo desta Área, a raposa, Vulpes vulpes, a fuínha, Martes foina, a doninha Mustela nivalis, a gineta, Genetta genetta, o javali, Sus scrofa, a coruja do mato, Strix aluco, e a rola, Streptopelia turtur. Da herpetofauna, destaca-se a salamandra de cauda comprida, Chioglossa lusitânica, e o lagarto de água, Lacerta schreiberi, que são endemismos ibéricos.

Memória descritiva:
Para a elaboração do photo Wall foram utilizados os seguintes materiais: placas de cartão duplo, jornais, revistas, cartazes sobre a Paisagem Protegida da Serra do Açor (PPSA) fornecidos pelo Instituto de conservação da Natureza e Florestas (ICNF), cartão, elementos da natureza (Mata da Margaraça) como, por exemplo, arbustos e flores, cola branca e tintas de várias cores.
Na primeira fase, foi desenhada a maqueta do Photo Wall com os alunos intervenientes que, de seguida, o desenharam sobre as placas.
Na segunda procedeu-se ao início da construção com colagens com papel de jornal e revistas e dos elementos naturais. Seguiu-se a pintura do painel com recurso a tintas de várias cores e, para finalizar, o desenho e pintura de figuras humanas e animais representativos da fauna da PPSA – o javali, o açor, a fuinha e a coruja noturna.
A terceira fase consistiu no recorte das cabeças dos elementos humanos que se encontram no painel, e posterior montagem do mesmo no local onde irá ficar afixado.

Fotos do painel:

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